“Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” Mt 5.9
Introdução
Desde tempos imemoriais a sociedade clama por um convívio mais fraterno entre os seres humanos espalhados pela face do globo. Segundo os teóricos contratualistas que foram grandemente utilizados na formação dos estados modernos, “o homem vive em sociedade por que sem ela, ele não teria as mínimas condições de sobrevivência”. Sendo esta premissa o que fomentou o inicio das primeiras sociedades (contratos) entre seres humanos, os quais visavam: mútua proteção contra inimigos e predadores, melhores condições de caça, ajuda para os afazeres etc. Ademais, é fato comprovado que o homem precisa de seus semelhantes para angariar as condições necessárias a própria sobrevivência. Esta idéia não partiu do coração do homem, mas, do próprio Deus, quando disse: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea” (Gn 2.18). A vontade de Deus em o homem (mulher) constituir família era produzir um ambiente que lhe desse as condições que ele precisava para sobreviver e ser feliz! Sendo o que aconteceu.
Mas, infelizmente, conforme nos diz Salomão, “Eis que tão somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias” (Ec 7.29). O homem foi de encontro à vontade de Deus para sua vida, e, deliberadamente, passou a perseguir e assassinar o seu semelhante, a pessoa que tinha a responsabilidade de ajudá-lo (Gn 4.8). As coisas entre os homens foram ficando cada vez piores ao longo dos tempos, chegando às proporções que vivenciamos hoje. Atualmente, o órgão mundial que visa dirimir o ódio e a opressão de uns sobre outros é a Organização das Nações Unidas (ONU), cujo lema é “Uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra” (Is 2.4b). Tal lema é uma tentativa do homem de voltar ao projeto original de Deus – um convívio harmônico e fraterno.
1 – Bem-aventurados os pacificadores...
Conforme temos aventado, não é bom que o homem esteja só. Ele precisa de outras pessoas para ser feliz – A felicidade só é real quando é compartilhada! Entretanto, por causa do pecado, o homem passou a odiar o seu semelhante, perseguindo-o e matando-o. O homem subverteu a ordem de Deus e tem pago um alto preço por isso. Como Tiago nos prova claramente: “De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, se não dos prazeres da vossa carne?” (Tg 4.1). O
homem passou a ser o único animal que mata e persegue o seu semelhante – o predador natural de sua própria espécie.
Neste contexto beligerante, o mundo clama – paz! Mas de onde pode vir à paz? De governos corruptos? De mentes depravadas que só pensam em se dar bem? Onde encontrar paz num mundo que respira guerras? Resposta: No povo de Deus! O povo do “Livro” é a resposta para este mundo aflito, o sal que não permite que o mundo venha apodrecer de vez; a luz que não permite que o mundo venha ser de todo trevas. Esse é o ensinamento que aprendemos com Cristo desde o primeiro dia em que o conhecemos: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomais sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para vossa alma. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11.28-30). Jesus veio nos ensinar que o caminho correta a ser seguido é o caminho da paz, e felizes são aqueles que por ele trilharem...
2 – Porque serão chamados filhos de Deus.
Não será fácil clamar paz, num mundo onde os homens clamam guerra! Mas o Senhor nos advertiu, “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo tereis aflições; mas tende bom animo; eu venci o mundo” (Jo 16.33). Jesus nos ensina a fazer a diferença, sabemos que não é bom que o homem esteja só, então, nessas condições, alguém tem que sofrer o dano para que o amor possa ser percebido, o mundo nos diz “olho por olho” (Talião), Jesus nos diz “ame os seus perseguidores” (Mt 5.44); no próprio sermão que estamos estudando o Senhor nos diz, “Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que ti ferir na face direita, volta-lhe também a outra; e, ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa. Se alguém te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas. Dá a quem te pedes e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes” (Mt 5.38-42).
Por isso os pacificadores serão chamados filhos de Deus, por que estarão fazendo a sua vontade quando todo o mundo faz justamente o contrário, eles verão a Deus por que sofreram por Ele e agora serão recompensados; não que se trate de uma espécie de barganha, mas, aprouve a Deus recompensar aqueles que o amam (Hb 11.6). Ame os seus inimigos, ensina Jesus; se você ama apenas os seus amigos o que você estará fazendo? Os ímpios também agem da mesma forma! Jesus nos diz, “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mt 5.48). O cristão está no mundo para torná-lo melhor, pois, assim Deus é glorificado; o Senhor tem lhe colocado aqui para amar todos os seus semelhantes, até aqueles que te querem mal. Sabemos que esta é uma tarefa dificílima, entretanto, aqueles que a fizerem – “verão a Deus”. Portanto, amemo-nos uns aos outros, e que o Senhor nos ajude!
Questões:
1 – Porque o mundo anda tão violento e insensato?
2 – Porque os pacificadores são bem-aventurados?
3 – Qual deve ser a postura do cristão em meio a um mundo onde o ódio é pregado diariamente?
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